Software necessário:
- Google Earth
- GPS Babel
- Easy GPS
(Este post é um aprofundamento de um tema anterior)
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A prospecção arqueológica (ou de outro tipo) de uma dada zona deve ser antecedida de um estudo da cartografia e da paisagem com vista a adquirir uma noção da morfologia da zona - linhas de água, principais declives, acidentes topográficos, etc.
Este estudo (que não ocupa tanto tempo como por se possa pensar), se bem feito, permite melhorar a eficiência e é também um factor de segurança para o prospector (ter noção, por exemplo, da proximidade das estradas caso seja preciso pedir ajuda).
Os métodos clássicos continuam a ser, na minha opinião, extremamente válidos - nada como levar um mapa topográfico (normalmente a carta militar) connosco. No entanto, quando se trata de áreas extensas, como por exemplo um troço de uma estrada ou a bacia de uma futura barragem, poderá ser interessante levar connosco um GPS com alguns pontos de referência.
Levar o GPS com estes "pontos de referência" é especialmente útil em zonas de vegetação cerrada - que facilmente podem ocultar indícios - ou em zonas de planície em que a falta de acidentes topográficos como vales profundos ou morros, dificulta a percepção do espaço e da localização. Estes "pontos de referência" a que me refiro nada mais são que sinais "suspeitos" do ponto de vista dos nossos objectivos (neste caso arqueológicos). A imagem abaixo mostra alguns desses "sinais suspeitos" que são, muitas vezes, perfeitamente visíveis no Google Earth.
O exemplo aqui exposto consiste simplesmente em carregar estes elementos para o nosso GPS de forma a que possamos encontrá-los facilmente quando formos para campo. Para tal iremos proceder por fases:
I - Vectorizar no Google Earth os elementos que desejamos visitar e guardá-los em formato .kml;
II - Converter do formato .kml para formato .gpx (formato universal para receptores de GPS);
III - Carregar o ficheiro .gpx para o receptor GPS;
IV - Iniciar o trabalho de campo.
I - Criar ficheiros .kml no Google Earth
O ficheiro .kml é um formato vectorial nativo do Google Earth que permite armazenar uma série de elementos - coordenadas, altitude, inclinação, direcção e geometrias do tipo ponto, linha e polígono. E aqui reside a primeira armadilha: como o objectivo final é enviar a informação para um GPS (e para tal teremos de converter o .kml para o formato .gpx), não podemos usar polígonos para marcar áreas. Podemos usar uma linha (que no Google Earth é designada por "caminho") e com ela desenhar o perímetro de uma dada área:
Outro cuidado a ter em conta é a estrutura das entidades que queremos vectorizar É recomendável, enquanto estamos a vectorizar objectos no Google Earth, criar pastas diferentes para cada tipo de objecto pois facilita a análise. Neste exemplo foi criada uma pasta para áreas (que como vimos mais não são que linhas que assinalam o perímetro), pontos, e uma terceira e quarta pasta denominada "Rio" e "Caminhos". Estas últimos serão elementos de apoio - que numa situação de prospecção intensiva e extensa poderão vir a ser úteis. Finalmente foi tudo agrupado numa pasta denominada "Prospeccao_A". O último passo é clicar com o botão direito do rato sobre a pasta "Prospecção_A" e guardar com o mesmo nome e com a extensão .kml. Todos os nossos objectos estão agora armazenados no .kml que acabámos de criar.
II. Converter do formato .kml para formato .gpx
Para converter para formato .gpx vamos utilizar o GPS Babel - um software aberto já referido anteriormente. O programa funciona numa base de Input/Output, por isso basta utilizarmos como Input o .kml que acabámos de criar, e como Output um novo ficheiro em formato .gpx. Como o nosso .kml tem pontos e linhas, há que marcar as opções "Waypoints" (pontos) e "Tracks" (Linhas).
III - Carregar o ficheiro .gpx para o receptor GPS
Para finalizar basta enviar o ficheiro gpx para o nosso GPS. Podemos fazê-lo a partir do GPS Babel, ou em alternativa (se por alguma razão o GPS Babel não reconhecer o vosso receptor de GPS) através do EasyGPS , um software freeware que, não sendo tão versátil e muito mais limitado que o GPS Babel no que toca a formatos de ficheiro suportados, tem a vantagem de ter uma interface mais completa que nos permite pré visualizar os elementos que vamos enviar para o GPS e também alterar os nomes das entidades individualmente. Ligamos o nosso GPS ao computador através de um cabo USB e depois basta abrir o ficheiro .gpx, fazer uma última verificação (objectos e respectivos pontos) e clicar no botão "Send":
IV - Iniciar o trabalho de campo!
Temos agora toda no nosso GPS a informação que nos pareceu relevante no Google Earth - resta ir para campo examinar essas informações.
Notas:
1 - Evitem utilizar caracteres típicos das línguas latinas (acentos, cedilhas), assim como espaços para dar nome a objectos ou ficheiros. Isto é válido para este ou para qualquer outro exercício SIG. Muitos problemas advêem do não reconhecimento por parte dos programas de alguns desses caracteres - daí o meu ficheiro se chamar "prospeccao_A" e não "Prospecção A";
2 - Este exercício foi feito com um GPS da série Garmin EtreX. Nalguns receptores poderá ser necessário ir às opções/configurações para que as "tracks" (linhas) se tornem visíveis;
3 - O EasyGPS não tem versão para MacOS ou para Linux.
ResponderEliminarPeople prefer using a Magellan Roadmate GPS device for a rich navigation experience and it is the preferable choice of all users
any other device or the computer is the client where the router of Netgear Orbi support act as a gateway